Já vi minha mãe tentando cometer suicídio, aí está outra coisa que não me agrada.
Depois de lutar muito, e tentar tirar aquele garoto da minha cabeça, ele volta. Voltou pior do que era antes, me fez acreditar que ele seria o refúgio da minha solidão, e errei em acreditar, só me faria sofrer mais.
Diário, esta é minha última vez que me dirijo a você. Vou tomar rumo da minha vida, vou tomar rumo do fim da minha vida. Não vale a pena viver, e essa sequencia de fatos me faz acreditar que eu nasci para morrer cedo. Nada vale a pena mais. O amor? desconhecido. Muitas vezes achei que procurando muito ia encontrá-lo, mais uma vez: erro.
Queria deixar por escrito que tive dias muito felizes, e mais dias tristes. Amei muito enquanto estive viva, e me arrependi, não estava escrito em nenhum lugar que você teria que encontrar o amor para ser feliz, o amor é o caminho da solidão, pois no final você sempre acaba só.
E mesmo não sendo regra encontrar seu par, encontrei várias vezes, mas estou indo embora sem levar ninguém comigo.
E o que estou deixando? Nada que signifique. Percebi que não são objetos que vão dizer o jeito que você é. E não são palavras que um dia vão te deixar pra baixo, diário. São pessoas. As que falam, andam, bebem, comem, e que podem partir seu coração; por isso que, diário, estou te levando comigo. Não quero que você sofra um dia por uma pessoa. Você é o único que sabe de tudo que se passa comigo, tudo que trava minha garganta.
Quero ir embora antes que o mundo acabe, eu não quero ver quem eu amo morrendo.